sábado, 16 de julho de 2011

De repente... a ANAC.

                                                       De novo a ANAC.

Ruim com o DAC, pior sem ele... Diziam que o DAC (a antiga Diretoria de Aviação Civil, vinculada ao antigo Ministério da Aeronáutica) – Dificultava, Atrapalhava e Complicava -- DAC –. Resolveram então assim tão de repente -- de repente, nada mais que de repente – criar a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Na época eu escrevi algumas considerações muito minhas, pessoais, pois acho que possuo algum, muito pouco talvez, conhecimento no assunto. Dizia eu que a pressa, esta grande inimiga da perfeição, iria transformar o nosso Sistema de Proteção ao Vôo, um dos melhores do mundo, num dos piores... Os acidentes com aviões, sejam eles grandes ou pequenos, acontecem devido a uma espécie de “efeito dominó”; se a seqüência não for logo interrompida, na ponta final ocorre o acidente. É muito fácil culpar logo os pilotos; assim como culpar também os controladores de vôo, pelos acidentes. Mas, nestes recentes casos considerados grandes acidentes, como o da GOL;  o do AIR FRENCE, que entrou indevidamente num “monstruoso CB”, uma verdadeira montanha de gelo, mesmo quando estava “plotado” no moderníssimo radar meteorológico do Air Bus; e o da TAM, quando uma das manetes de potência foi “esquecida” acelerada no pouso, o que não permitiu, nem permitiria que o avião “parasse”, mesmo que a pista tivesse o dobro de comprimento...  Infelizmente tenho que achar que, nestes casos, a culpa maior foi dos pilotos... Infelizmente...

Dizem que os pilotos americanos do Legacy, que se chocou com o avião da GOL, cumpriam ordens erradas emanadas da torre de controle de São José dos Campos. Ora, é obrigação de qualquer comandante, em qualquer lugar do mundo, solicitar confirmação de uma ordem duvidosa; e ordem errada não se cumpre! Se houver mensagem considerada errada, ou duvidosa, cabe ao comandante da aeronave alertar o órgão que a emitiu. Um erro não justifica outro... Bom, isto tudo que eu estou dizendo são opiniões minhas...

Mas a verdade é que os nossos controladores de vôo (assim como os nossos militares de um modo geral), na grande maioria sargentos da FAB, trabalham demais e ganham de menos... Outra grande verdade, e também a meu ver -- é que, com a criação da ANAC, pretende-se desvincular todo nosso sistema de proteção, de responsabilidade dos militares, passando para os civis; e que assim os novos civis controladores de vôo possam “exigir” salários mensais equivalentes aos pagos na Europa, algo em torno de 13 mil dólares (ou equivalente agora em Euros), bem diferente do que é pago aos nossos sargentos, algo em torno de míseros mil e setecentos dólares, isto após mais de trinta anos de serviço...

Coronel Maciel.

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