quinta-feira, 14 de julho de 2011

Pousos sem trem.

Modéstia à parte, por sorte, perícia, ou com certeza por ajuda dos Deuses, eu nunca “arranhei” nenhum dos aviões que pilotei, nem nunca tive a “felicidade” de pousar sem trem, embora tenha passado por enormes “sufocos”... Atualmente são tantos os dispositivos de segurança que se tornou quase impossíveis pousos sem trem; mas antigamente era a coisa mais comum, como no caso de um Tenente, muito gozado pela turma, pela sua incrível “inocência”. Era de uma inocência realmente comovedora. Havia uma concorrida festa aviatória no Aeroclube de Campinas, nos “Amarais”. Estávamos em meados da década de 60, quando lá vem ele dar o seu show; após alguns rasantes e perigosas acrobacias, veio para o “pilofe”, esquecendo o famoso “land gear down”, “estuprando” sua bela “namorada”... Tudo sob os olhares dos incrédulos espectadores, e saindo todo fogoso e risonho da sua águia de pernas quebradas. A uma pergunta capciosa do investigador de acidentes, respondeu que -- o pouso sem trem era realmente “tão ou mais suave que o pouso normal...”. Uma verdadeira graça, aquele tenente...
Em Natal, nos velhos tempos em que eu voava na ERA-21, outro tenente, este muito orgulhoso de sua descendência ariana (saiu da FAB para voar na VARIG), precisou fazer uma readaptação no T-6. Ele voava B-26; naquela época, só voava B-26 quem fazia parte de uma certa “panelinha”, e panelinha, todo mundo sabe, é tudo aquilo que “nós” não estamos dentro... E lá vem ele também para o pouso com o trem recolhido. Fez o pouso apesar dos gritos desesperados do operador da TWR... Quando interrogado pelo investigador se não ouviu a TWR, respondeu ser impossível devido ao barulho ensurdecedor de uma “maldita” buzina... Era justamente a buzina alertando o piloto que o trem de pouso estava recolhido... Acontece cada uma... rsrsrsr

Coronel Maciel.

Nenhum comentário: