terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O VENDEDOR DE CARANGUEJO.

Caranguejo Uçá/Caranguejo Uçá/Apanho ele na lama/e boto no meu caçuá...


Eu perdi a mocidade /com os pés sujos de lama/eu fiquei analfabeto/mas meus filho criou fama.


Pelo gosto dos “menino”/pelo gosto da muié/eu já ia descansar/não sujava mais os pé...


Os “bichinho” tão criado/satisfiz o meu desejo/eu podia descansar, mas continuo vendendo caranguejo...


Não sei o que seria de mim se Santos Dumont não me houvesse aberto as portas dos céus. Após passagem para reserva ainda passei um bom tempo “apanhando caranguejo”; voando, que era para mim a melhor coisa do mundo.


Poderia muito bem estar agora jogando gamão, jogando dama, tocando violão nos bares da vida, ou com a boca escancarada “esperando a morte chegar”, como  diria o “Raulzito”; mas continuo vendendo caranguejo, no caso, escrevendo inúteis e sonhadores artigos, na vã esperança de acordar a dona Dilma; ledo engano... Um minuto de “Jornal Nacional”; uma coluna na primeira página de um grande jornal apaga todos os meus dizeres; todos; não sobra nada; só me resta recomeçar tudo de novo... Mas vou seguindo, vou tocando em frente, assim como um ceguinho pedindo esmola...


Brasil; és ainda muito criança! -- És ainda muito como o amor, por isso tantas vezes enganado, tantas vezes iludido! -- Podem me chamar de lunático, de amante, de sentimental demais; de poeta... De piloto sonhador e os pilotos são feitos tão somente imaginação... Mas gostaria muito, meu querido Brasil, que todos te enxergassem com meus olhos... -- Quero namorar você, meu Brasil. Quero ser para você o que nenhum desses babacas que se apoderaram de ti podem ser ou podem fazer por você...  Por isso é que te digo, com imensa sinceridade: -- mande todos eles; todos esses ladrões que se apoderaram de ti – mande todos eles “pra puta que os pariu”, meu bom, meu querido Brasil!


Coronel Maciel.








 


 


 


 


 


 


 


 

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