domingo, 29 de abril de 2012

Se eu pudesse conversar com dona Dilma...


E conversar como queria conversar o Antônio Marcos:

“Eu hoje estou tão triste...

Eu precisava tanto

Conversar com Deus...”

Mas é muito mais difícil conversar com dona Dilma, do que conversar com Deus... Queria lhe falar dos nossos problemas; não só dos nossos, como dos que afligem milhões e milhões de outros brasileirinhos também pobres e desarmados... Mas confesso que não sei rezar. Embora tenha passado grande parte da minha vida “pertinho do céu”...

Não sigo religião nenhuma, embora procure ler tudo o que posso sobre coisas que nunca vou conseguir entender. Até na Bíblia já procurei abrigo. Mas, porém, contudo, tudo, tudo em vão; inutilmente! -- O meu Deus é muito diferente e distante desses deuses criados pelos homens; desde aqueles da mitologia grega, até esses dos nossos dias... À medida que ia envelhecendo, menos eu ia acreditando em vidas eternas; em outras vidas; embora sempre admirando aqueles que sempre acreditaram; aqueles que acreditam em discos voadores, em papai Noel. Para mim, morreu, acabou-se o que era doce... Dizem as más línguas que as religiões criadas pelos homens visam principalmente o enriquecimento daqueles que se dizem pastores de suas ingênuas ovelhas. A Santa e Amada Igreja Católica é uma das mais ricas do mundo; os pastores das nossas incipientes Igrejas Pentecostais também estão ficando cada vez mais ricos, enriquecidos pelos milagrosos dízimos: quem não colabora, vai se queimar eternamente no fogo dos infernos...

Mas o que eu queria mesmo conversar com dona Dilma era sobre a corrupção que está pondo em perigo o seu governo e acabando com nossas esperanças de uma vida melhor aqui na terra... Quanto mais pensamos que chegamos ao topo da montanha da corrupção; quando parece não ser possível “subir mais”; não ser possível alcançar níveis mais elevados, logo vem outra, pior, muito pior que a sua antecessora. Vocês estão lembrados da corrupção no governo Collor; parecia que se chegara ao topo; chegaram até a caçar o mandato do homem do “culhão roxo”... Após cada “monstruosidade”, vem logo outra maior! É como acontece com as nossas crianças abandonadas pelas ruas e viciadas em crack, que precisam de doses cada vez maiores! Assim também a “corrupa” que tomou conta do Brasil! – Logo aparecem outras, mais outras, mais outras, até que chegamos a este triste caso Cachoeira, quando ao que me parece suas águas ameaçam inundar o Palácio Encantado da dona Dilma. -- Se ele se “emputecer” mesmo e resolver abrir as comportas, ó dona Dilma, corra para não se afogar...

E nessas horas perigosas é que começam as “caças às bruxas”; a caça aos militares; começam a amedrontar o povo com a possível volta dos generais, como em 64. (felizmente militares nunca mais...). -- Ora, dona Dilma, desde os tempos de Cabral (não estou falando desde Cabral, corrupto governador do Rio) que a corrupção impera no Brasil. Os portugueses fizeram o que fizeram como o ouro e diamantes das Minas Gerais. Hoje eles estão com as calças nas mãos...

-- E na época da “ditadura”, coronel, não havia corrupção? -- Havia, sim, dona Dilma. Mas, como a senhora mesmo sabe, os generais entraram pobres e saíram pobres do governo; alguns civis, os mais malandros, é que se aproveitaram e enriqueceram muito. Não vou agora tentar reescrever a história da corrupção no Brasil; mas só para citar alguns “bons” exemplos: o Zé Sarney; o Maluf; o Ademar... de quem a senhora “apossou-se” de alguns milhões dos seus verdejantes  dólares... Pelo menos é o que andam dizendo por aí...

Em minha duvidosa opinião, dona Dilma, nós, os militares da velha guarda, fomos fracos. Não soubemos defender nossos tesouros, heranças dos nossos filhos, ao entregarmos o ouro aos bandidos. E os bandidos a senhora sabe muito bem quem são...

Coronel Maciel.