quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Zé Dirceu saiu puto da vida do Palácio do planalto.


Em vias de ser enviado para o presídio da Papuda, Zé Dirceu pediu um particular com dona Dilma. Como vocês todos sabem, os dois agora não se amam mais... 

A conversa foi começando assim: -- Oi, Zé! -- ouvi dizer que você anda querendo me apunhalar pelas costas... Estás querendo mesmo me levar contigo pra Papuda? -- É verdade, Zé? – Olha que eu sou e estou completamente inocente nesse caso do mensalão. -- Mas também, Estela, aqui pra nós, você está irreconhecível. -- Que negócio é esse de ficar tão calada, vendo a gente sendo massacrado no STF? -- O Fidel e o Lula andam putos da vida com você...

Primeiro que tudo Zé, o meu cargo exige respeito! Nada de ficar me tratando com codinomes. Não me faças lembrar coisas que eu luto tanto pra esquecer... Eu estou adorando ser presidenta. E não vejo nenhum Zé na minha frente capaz de me tirar daqui: nem o Zé do pó, nem Zé da serra, nem Zé ninguém nenhum! Tão cedo nenhum Zé vai me tirar daqui...  Só outra revolução.  

– Pera aí, porra! -- Devagar com o andor! ... -- Você pode até se considerar eterna presidenta, mas presidentes mesmo continuam sendo eu e o Lula... -- Deixa de conversa, Zé... -- O Lula já era! -- E vou te dizer mais: vou me juntar cada vez mais com esses generais! Na hora do aperto é só neles que a gente pode confiar: na força dos seus canhões! E tem mais, Zé: esses generais que você chama de milicos, não são o que você pensa, não. Eles são gente! E gente muito mais gente do que todos nós reunidos...  

A conversa foi engrossando, engrossando chegando aos meandros de questionamentos filosóficos: -- Veja bem como são as coisas, Zé; veja o quanto eu mudei depois que eu vi como é gostoso ser a toda poderosa presidenta Dilma Rousseff! – Preste atenção no que te digo: eu ando tão arrependida de tudo o que nós fizemos... Deste nosso passado tão triste, tão cheio de sangue... Maltratamos tanto; torturamos tanto; matamos tantos inocentes... Preste atenção, ex-amor: Jesus Cristo, aquele que eu disse uma vez brincando que nem ele me impediria de chegar à presidência, pode um dia te castigar...  – Ele é filho de Deus! Bem que ele diz para nós amarmos uns aos outros... Vê se você consegue por um pouco de sentimento na tua alma criminosa, nestes anos que vais passar na Papuda... Tu e o Lula... Não ter compaixão é próprio de criminosos, Zé; é próprio do Fidel, do Hugo, do Che Guevara... Próprio de animais, de selvagens, criminosos... -- Estou tão arrependida daqueles tempos em que a maldade desafiava minha compreensão; daqueles tempos que me horrorizavam, mas que me seduziam tanto... Daqueles tempos quando eu representava toda a maldade e hipocrisia do mundo do terror contra os nossos queridos amigos generais... Sem eles eu não seria nunca Presidente da República! – Mas, por que você está ficando assim tão pálido, Zé?

-- Eu vou é-me embora daqui. Mas antes quero te avisar.  Podes ter certeza que nós não estamos gostando nada do que você anda fazendo. Eu mesmo nunca vou mudar. Não vou me meter nestes teus sentimentos; nesses teus arrependimentos e compaixões. Não vou deixar me seduzir.  Arrependimentos não são coisas pra guerrilheiros como eu. Sou cria do Fidel Castro, que nunca teve pena de ninguém, e por isso continua mandando e desmandando em toda América Latina.  -- Te cuida, Estela!

E o Zé saiu correndo, puto da vida da nada amistosa conversa com dona Dilma, no Palácio Encantado do Planalto...

Coronel Maciel.