sábado, 23 de fevereiro de 2013

Crimes e castigos.


Em julho de 1957, ano que eu cursava o primeiro ano na querida Escola Preparatória de Cadetes do Ar, o padre Hosana de Siqueira Silva, vigário de Quipapá, lá no meu sertão Pernambucano, matou com três tiros, à queima roupa, o bispo de Garanhuns, Dom Expedito Lopes. Anos depois o padre Hosana -- preso numa cela especial, em Recife, lendo o seu breviário, batina branca surrada, semblante tranquilo -- foi entrevistado por um estudante de direito. Não vou agora cansar meus amados ouvintes transcrevendo a entrevista inteira; só as últimas frases, ditas com um ar de riso entre dentes: “Aquele bispo foi muito injusto comigo, é verdade. E balançando a cabeça, como que filosofando, terminou: -- Mas é verdade também que hoje ele está morto”.

Fiquei sabendo que anos depois o padre Hosana também foi assassinado. As causas do assassinato do bispo, pelo padre, foi um romance proibido vivido pelo padre com uma prima, a Maria José, que morava na casa paroquial, e que acabou ficando grávida, fato que provocou a suspensão das atividades sacerdotais do padre, pelo bispo. Ao tomar conhecimento da punição, Hosana dirigiu-se a Garanhuns e sacramentou o bispo.

Mas o que tem, ou por que esse velho coronel, acostumado a só pilotar velhos aviões, ficar agora dando “pitacos” em casos de crimes e castigos? – Sei muito bem que não deve ir o sapateiro além dos sapatos, e que política e religião são as paixões mais desafiantes da alma humana. Mas esse caso agora do ex-seminarista Gil Rugai, condenado a mais de 30 anos de prisão pelo assassinato do pai, e que, em vez de ir direto pra cadeia continuou em liberdade, me emputeceu! -- E ainda mais, protegido pelo nosso famoso STF, useiro e vezeiro em conceder “habeas corpus” pra bandidos! – Pode?

Quando eu era capitão-aviador, um tenente também aviador tirou um fino tão grosso, pilotando um T-6, que decepou as cabeças de três crianças que jogavam bola numa praia, aqui perto de Natal. Foi punido com dois anos menos alguns dias de prisão, o que lhe evitou ser alijado da FAB. Hoje ele é pastor de uma dessas igrejas evangélicas. Um outro deu um tão tremendo rasante -- este caso no Rio, também faz tempo -- decepando  “por una cabeça” que por sorte era  de um  cavalo. Estou só contando os milagres, me abstendo de contar o nome dos santos... Deixa pra lá...

No caso do ex-seminarista, o próprio promotor, avaliando o resultado do julgamento, disse que “no Brasil vale a pena matar!”. Ora se vale; e muito, digo eu! – É só ver o caso da risonha Dilma Rousseff, que fez coisas que até o diabo duvida e hoje é “presidenta” (presidente mesmo ela não é).

Por falar em presidência da república: ouvi dizer que o Collor de Melo está pensando seriamente em se candidatar. Faço então uma pergunta aos meus mais que amados ouvintes: no caso de uma final entre a guerrilheira e o Collor, você votaria em quem? – Não vale votar em branco, nem anular o voto.  -- Me respondam, por favor!!!!!

Coronel Maciel.