Em julho de 1957, ano que
eu cursava o primeiro ano na querida Escola Preparatória de Cadetes do Ar, o
padre Hosana de Siqueira Silva, vigário de Quipapá, lá no meu sertão
Pernambucano, matou com três tiros, à queima roupa, o bispo de Garanhuns, Dom
Expedito Lopes. Anos depois o padre Hosana -- preso numa cela especial, em
Recife, lendo o seu breviário, batina branca surrada, semblante tranquilo --
foi entrevistado por um estudante de direito. Não vou agora cansar meus amados
ouvintes transcrevendo a entrevista inteira; só as últimas frases, ditas com um
ar de riso entre dentes: “Aquele bispo foi muito injusto comigo, é verdade. E
balançando a cabeça, como que filosofando, terminou: -- Mas é verdade também
que hoje ele está morto”.
Fiquei sabendo que anos
depois o padre Hosana também foi assassinado. As causas do assassinato do
bispo, pelo padre, foi um romance proibido vivido pelo padre com uma prima, a
Maria José, que morava na casa paroquial, e que acabou ficando grávida, fato
que provocou a suspensão das atividades sacerdotais do padre, pelo bispo. Ao
tomar conhecimento da punição, Hosana dirigiu-se a Garanhuns e sacramentou o
bispo.
Mas o que tem, ou por
que esse velho coronel, acostumado a só pilotar velhos aviões, ficar agora
dando “pitacos” em casos de crimes e castigos? – Sei muito bem que não deve ir o
sapateiro além dos sapatos, e que política e religião são as paixões mais
desafiantes da alma humana. Mas esse caso agora do ex-seminarista Gil Rugai,
condenado a mais de 30 anos de prisão pelo assassinato do pai, e que, em vez de
ir direto pra cadeia continuou em liberdade, me emputeceu! -- E ainda mais,
protegido pelo nosso famoso STF, useiro e vezeiro em conceder “habeas corpus”
pra bandidos! – Pode?
Quando eu era capitão-aviador,
um tenente também aviador tirou um fino tão grosso, pilotando um T-6, que
decepou as cabeças de três crianças que jogavam bola numa praia, aqui perto de
Natal. Foi punido com dois anos menos alguns dias de prisão, o que lhe evitou
ser alijado da FAB. Hoje ele é pastor de uma dessas igrejas evangélicas. Um
outro deu um tão tremendo rasante -- este caso no Rio, também faz tempo --
decepando “por una cabeça” que por sorte
era de um cavalo. Estou só contando os milagres, me
abstendo de contar o nome dos santos... Deixa pra lá...
No caso do ex-seminarista,
o próprio promotor, avaliando o resultado do julgamento, disse que “no Brasil
vale a pena matar!”. Ora se vale; e muito, digo eu! – É só ver o caso da
risonha Dilma Rousseff, que fez coisas que até o diabo duvida e hoje é
“presidenta” (presidente mesmo ela não é).
Por falar em presidência
da república: ouvi dizer que o Collor de Melo está pensando seriamente em se
candidatar. Faço então uma pergunta aos meus mais que amados ouvintes: no caso de
uma final entre a guerrilheira e o Collor, você votaria em quem? – Não vale
votar em branco, nem anular o voto. --
Me respondam, por favor!!!!!
Coronel Maciel.