sexta-feira, 29 de março de 2013

"A Banca da Distinta"... Revista e "melhorada".


Poucos se lembram, mas eu lembro muito bem do William Blanco Abrunhosa Trindade, mais conhecido como Billy Blanco, nascido como eu lá, em Belém do Grão Pará, terra das mangueiras e das mais lindas morenas! Billy não se deu muito bem no mundo da “arquitetura”, mas se deu otimamente bem quando ao lado do seu inseparável violão. Arquitetou grandes sambas sincopados: se tornou um grande músico, e músico dos bons! Dono de um estilo muito seu, descrevia os acontecimentos do dia a dia, com muito humor, muito amor, às vezes salpicado com algumas desilusões da vida. Seu primeiro grande sucesso foi “Estatuto da Gafieira”, na voz da Inezita Barroso (1954).
A sua “Banca do Distinto” pra mim é uma das suas melhores composições e a que eu mais gosto de me acompanhar no meu “plangente” violão:
“Não fala com pobre, não dá mão a preto,
 Não carrega embrulho/Pra que tanta pose, doutor,
 Pra que esse orgulho;
 A bruxa que é cega esbarra na gente,
 E a vida estanca/O enfarte lhe pega, doutor/E acaba essa banca:
 A vaidade é assim, põe o bobo no alto/E retira a escada,
 Mas fica por perto esperando sentada,
 Mais cedo ou mais tarde ele acaba no chão.
 Mais alto o coqueiro, maior é o tombo do coco, afinal
 Todo mundo é igual, quando a vida termina,
 Com terra em cima e na “horizontal”.
Ontem, a vassoura lá de casa chorava assim pra mim: -- Antes, coronel, quando na floresta, eu me achava tão grande, tão esbelta, tão firme e tão forte que nunca imaginava ser hoje a “merda de uma vassoura”... Sempre me imaginava sendo uma árvore grande, enorme, muito importante, sempre maior que as outras... – Calma, dona Dilma! – Por que chorar tanto assim? -- Todas as “árvores” pensam assim... -- Mas todas vão acabar vassouras, palitos de fósforos, de dentes... Lenhas de fogueiras...
Coronel Maciel.
PS:- - As mulheres costumam errar na escolha dos maridos; mas “acertam” na escolha dos amantes. Após alguns anos vivendo nas alturas, o Brasil deixou-se cair nos cantos da vigária; a pior, a mais verduga das “amantes”. E os maridos? Recolheram-se nos quartéis. Assistem de camarote o fracasso de quem não soube prender o marido...
Fiquem com Deus. Militares nunca mais.
Coronel Maciel.