sábado, 9 de março de 2013

Avante, Comandantes Militares!


Não nascemos; não fomos criados para pequeninas coisas; fomos educados, forjados para grandes coisas! Não nos ensinaram nas nossas gloriosas Escolas Militares a “difícil arte” de fazer política neste tão desgovernado Brasil! -- Não nos ensinaram a ser malandros, a ter o tal “jogo de cintura”. -- Nem muito menos nos ensinaram a ter olhares de lebres apavoradas. -- Ser disciplinado não é obedecer a tudo cegamente! – Não é indisciplina o Exército negar tropas para prestar homenagens a cassados pela Revolução Redentora de 64!

Quantas e quantas vezes severamente me acuso de havermos deixado o Brasil chegar tão fundo no poço; de havermos traído a confiança que o povo brasileiro nos depositou, para depois, sem mais nem menos, havermos entregue o ouro  aos bandidos. De deixarmos de ser nós mesmos, para nos deixar submissos aos caprichos de meia dúzia de revanchistas, que já se apoderaram dos nossos corpos e agora querem se apoderar das nossas almas!

 Depois de havermos passado uma vida inteira dizendo, afirmando, gritando que a verdade deveria ser a base de todo o nosso caráter; a base de todas as nossas relações, tanto com os subordinados, quanto aos nossos filhos, nossas famílias, nossos amigos -- ficarmos tão repentinamente reféns da descrença, aceitando conviver com a corrupção, com a mentira!

Não sei quantos dos senhores já tiveram a oportunidade de expor sem medo seus pensamentos; sei que não é fácil. Certa vez eu o fiz. – Sempre fui individualista! -- Lancei-me de peito aberto contra os desmandos de um presidente da república! Eu era então um simples coronel da ativa! E sozinho, eu e minha solidão, enfrentei quinze dias de prisão sem fazer serviço.

Por isso eu vos digo:- - Avante, caros Comandantes Militares! A vitória está próxima! -- Os senhores não estão sós. É o Brasil inteiro chorando lágrimas paz, neste Brasil tão violento! Chega de tanta desordem; chega de tanta corrupção.

Mas não estou confundindo vitória com nossa volta ao poder; não! – A vitória que me refiro é a vitória da verdade! – A verdade que há de ser conquistada com a mão na pena, pois a mão na pena vale mais que o dedo no gatilho!  

Sabemos exatamente o que cada um de nós é; sabemos exatamente o que cada um de nós não é; mas sabemos também e exatamente o que poderemos vir a ser e o muito que ainda poderemos fazer pelo nosso tão grande, tão amado e tão traído Brasil!

Coronel Maciel.