sábado, 13 de abril de 2013

Os cães da dona Dilma.


Julgando-se dona do Brasil (um dos seus objetivos é dobrar a renda per capita dos brasileirinhos, até meados da década de vinte... lá pelos anos de 2023... Vai longe, na sua luta pelo poder). Dona Dilma também é dona de uma enorme e pulguenta alcatéia, que a acompanha desde as mais “priscas eras”. Há cachorros por todos os lados; até, acredite se quiser, nos caros e muito bem remunerados tribunais. Dos mais baixos aos mais altos e supremos tribunais; todos cheios, lotados, de juízes sem juízos. Um dos seus cachorrinhos de estimação atende pelo nome de “Zé Dirceu”; é um cão que late, mas não morde; que late e, quando ameaçado, foge da luta com o rabinho entre as pernas.

Brás Cubas é um "defunto-autor"! Criação do nosso grande Machado de Assis. No seu livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, Machado nos narra quando Brás Cubas, quase “cinquentão” e sentindo-se derrotado por não ter sido indicado como ministro, conversa com Quincas Borba, seu amigo e grande “filósofo”. Aqui vai uma pequena amostra da veia irônica de Machado de Assis:

 Para distrair-me, Quincas convidou-me a sair; saímos para os lados do Engenho Velho. Íamos a pé, filosofando as coisas. Nunca me há de esquecer o benefício desse passeio. A palavra daquele grande homem era o cordial da sabedoria. Disse-me ele que eu não podia fugir ao combate; se me fechavam a tribuna, cumpria-me abrir um jornal. Chegou a usar uma expressão menos elevada, mostrando assim que a língua filosófica podia, uma ou outra vez, retemperar-se no calão do povo. Funda um jornal, disse-me ele, e "desmancha toda esta igrejinha".

 - Magnífica idéia! Vou fundar um jornal, vou escanchá-los, vou... – Lutar! -- Podes escanchá-los ou não; o essencial é que lutes. Vida é luta. Vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal!

Daí a pouco demos com uma briga de cães; fato que aos olhos de um homem vulgar não teria valor. Quincas Borba fez-me parar e observar os cães. Eram dois. Notou que ao pé deles estava um osso, motivo da guerra, e não deixou de chamar a minha atenção para a circunstância de que o osso não tinha carne. Um simples osso nu. Os cães mordiam-se, rosnavam, com o furor nos olhos... Quincas Borba meteu a bengala debaixo do braço, e parecia em êxtase.

 - Que belo que isto é! dizia ele de quando em quando.

Quis arrancar-me dali, mas não pude; ele estava arraigado ao chão, e só continuou a andar, quando a briga cessou inteiramente, e um dos cães, mordido e vencido, foi levar a sua fome a outra parte.

Notei que (Quincas) ficara sinceramente alegre, posto contivesse a alegria, segundo convinha a um grande filósofo. Fez-me observar a beleza do espetáculo, relembrou o objeto da luta, concluiu que os cães tinham fome; mas a privação do alimento era nada para os efeitos gerais da filosofia. Nem deixou de recordar que em algumas partes do globo o espetáculo é mais grandioso: as criaturas humanas é que disputam aos cães os ossos e outros manjares menos apetecíveis; luta que se complica muito, porque entra em ação a inteligência do homem, com todo o acúmulo de sagacidade que lhe deram os séculos, etc.

Igualzinho ao que acontece hoje no Brasil, meus caríssimos ouvintes; onde os cães amestrados da dona Dilma lutam pior que leões pela carniça que virou o Brasil! Pior que aves de rapina que se alimentam só de podridões!

 Cada país tem a cachorrada que merece! Cada país tem “as estrelas” que merece... Duas, três, quatro estrelas... Constelações de estrelas... Mas nenhuma delas capaz de nos guiar...

Coronel Maciel.