quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Manhã de sol em "Hiroshima"!

 

Exatamente às 08:45 horas do dia 06 de Agosto de 1945, um dia como hoje, uma ainda inexperiente “bomba atômica” explodia sobre as cabeças de 140.000 japoneses que  morreram nos primeiros minutos. 200.000 no total final. “Pearl Harbour” estava vingada. Hoje esta “bombinha” serviria apenas de “espoleta” para acionar as “bombonas de hidrogênio”, estas sim, capazes de varrer do mapa a nossa aguerrida humanidade.

Os americanos se julgavam com “todas as razões do mundo” para terminar logo com uma guerra que prometia prolongar-se por muitos e muitos anos. Eles sabiam que os japoneses jamais iriam se “entregar”, e milhões de vidas de militares e inocentes civis seriam dizimadas. Resolveram então lançar a bomba.

Mas, o que é ter razão? Dizem que a razão é uma inesgotável fonte de sofrimentos, da qual os animais, os irracionais, estão livres.  A razão cria monstros! -- Hitler também se achava com todas as razões do mundo para acreditar na superioridade da raça ariana, e na necessidade de exterminar os judeus. Uns afirmam, outros negam que teriam sido  seis milhões os judeus sacrificados e mortos nas câmeras de gás nazistas. Nos terríveis holocaustos nazistas!

Às 02:27 horas do dia 06 de agosto de 1945 o Coronel Paul Tibbets acionou o motor número 3 do seu B-29 apelidado de “Enola Gay”. Depois os outros três do seu possante quadrimotor. Às 02:35 o “Covinha dois”, código secretíssimo daquela mais que secreta  missão, informava à Torre Norte da Base Aérea de Tinian -- uma das três principais ilhas do arquipélago das Ilhas Marianas do Norte -- que estava pronto para decolar. O peso máximo de decolagem permitido estava previsto para 65 toneladas: -- 26 toneladas de combustível, uma bomba de 5 toneladas, mais 12 pessoas à bordo.  Somando tudo, Tibbets verificou que estava com um excesso de 7 toneladas. Tomou então a decisão de manter o avião no solo até os últimos metros da pista, para obter o máximo de velocidade, antes de “levantar o nariz”. Mas preferiu não revelar sua intenção ao Capitão Lewis, seu copiloto, que logicamente também sabia do excesso de peso.  Às 02:45 disse a Lewis: -- Vamos embora, e avançou as “piriquitas”. Tibbets olhava ansiosamente o indicador de pressão de admissão. Com dois terços “consumidos” de pista o indicador de RPM ainda estava bem abaixo das 2550 desejadas, e o indicador de pressão indicando apenas 40 polegadas, insuficientes para decolar. Lewis também olhava ansiosamente para os instrumentos à sua frente, duplicatas dos que Tibbets monitorava.

 Está pesado demais, gritava Lewis! – “Puxa logo esta porra”! Tibbets “ignorou” Lewis e continuou mantendo o avião firme no solo. Instintivamente Lewis pegou nos comandos, quando Tibbets  também gritou: -- Largue esta porra! – paralisando o capitão, que ficou olhando para o coronel... Tibbets agora olhava fixo para o término da pista, à beira do penhasco. O Enola Gay decolou no exato momento que a pista sumiu, substituída pela escuridão do Pacífico.

Terminada a guerra, Tibbets descobriu que era uma personalidade controvertida. Ao contrário dos outros membros da sua tripulação, ele detestava publicidade. Tibbets gostava mesmo era de ser “aviador”; de voar! Voou nos aviões do Comando Aéreo Estratégico dos EUA. Promovido a general, foi servir na Missão Militar Americana, na Índia, onde foi mal recebido, com virulentas manchetes na imprensa pró-comunistas, rotulando-o como sendo o “maior assassino do mundo”.

Fora do serviço ativo, Tibbets continuou sempre perto dos “seus” aviões. Foi presidente de uma companhia de jatos executivos. Pilotava jatos “Lear”. Pediu que quando morresse suas cinzas fossem espalhadas pelos céus do seu “Estados Unidos”...

Coronel Maciel.

 

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