quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Vaquejadas.



Duas (às vezes) grandes desilusões na vida: uma, conseguir o que se quer; outra, não conseguir! Dom Romualdo de Seixas era uma rua de terra batida, com postes de ferro no meio, rua ideal para se empinar papagaio, jogar peteca, jogar peladas com bolas de meias das minhas irmãs; pegar pião na unha, e outras inocentes brincadeiras daqueles nossos velhos tempos de crianças. Era o “prolongamento” da reta final para pouso dos “enormes” aviões da época: DC-3, DC-4, Catalinas, C-46, Constelations, no Aeroporto Internacional de “Val-de-Cans”, lá no meu Belém do Pará, aviões que passavam tão baixos, tão rasantes, com seus trens e flaps baixados, quase roçando as linhas enceradas dos nossos guerreiros papagaios “guinadores”!  
Atrás do quintal da nossa casa ficava uma rinha de “briga de galos”, onde nos finais de semana se reunião homens, e somente homens, das mais variadas “cores”, origens e procedências:--de “desembargadores” à “desempregados”. Entre eles, eu, que ia mais para ficar olhando aquelas figuras muito mais velhas que eu, em meio de gritos e de grandes e pequenas apostas. Um verdadeiro delírio, enquanto os galos lutavam e morriam, iguais àqueles infelizes que lutavam e morriam para “gáudio” dos Césares, nos tempos da Alta Roma! Eu, criança, ficava matutando: -- Que será de mim: um futuro criador de galos, como já começava ser; ou um piloto daqueles “enormes” aviões, que eu também sonhava ser.
Não deu outra; venceram-me os aviões! Se faço esse arrodeio todo, é por causa dessa “Suprema” decisão do STF que decidiu tornar inconstitucional as “vaquejadas” nordestinas, para alegria dos bois, e ódio dos vaqueiros!  Muito mais “desumano” que brigas de galo e vaquejadas, que não deixam de ser “desumanas”, são essas lutas de “boxe” e outras muito mais agressivas rolando por aí, as quais, e desculpem meus paradoxos, gosto de assistir...
Coronel Maciel.

Um comentário:

Miguel Felix Barbosa disse...

É isso aí! Velha Águia Hangarada! Forte abraço! Adsumus!