domingo, 11 de dezembro de 2016

Atol das Rocas.



Deixando pra trás as nuvens negras e corruptas que sobrevoam o Brasil, volto àqueles bons tempos quando eu era Oficial de Operações do ETA-2 Recife, valoroso Esquadrão equipado com os saudosos, audazes e corajosos “Super-Dakotas-C-47”! Eu e o “Alcântara”, saudoso amigo velho, éramos os maiores “piruadores” das missões àquela ilha tão linda e “afrodisíaca”. Para tanto, usávamos de um infalível “golpe”!  Eu, Operações; o Alcântara, Ajudante do Esquadrão.  Sabíamos exatamente quais os pilotos que “não se sentiam bem” durante a travessia daquele pedaço do Atlântico, cheio de gulosos tubarões! A decolagem era sempre prevista para duas da tarde das sextas-feiras. O regresso no sábado, de tardezinha. Pois bem, na quinta à noite era certo: os escalados davam “suas desculpas” e lá íamos nós passar o fim de semana nas ondas verdes dos mares de Noronha.
 Os pernoites eram ótimos! Maravilhosos! “Turistas” por todos os lados! Foi num desses pernoites que os pescadores nos informaram que o Atol ficava “logo ali”, uns 30 minutos de voo.
E lá fomos nós visitá-lo. Decolamos; “pezinho” pra direita, coisa de uns 30 graus, e logo fomos surpreendidos por centenas, milhares de pássaros marinhos, surpreendidos pelo voo do “Pássaro Gigantesco”!  Sobrevoando o imenso círculo do Atol, que antes, há milhões de anos, era irmã gêmea de “Noronha”, hoje, de tão beijada pelos ventos, virou atol. (Visitem Noronha, antes que ele vire “atol”...)
Em voo rasante, observávamos o desespero das tartarugas fugindo dos ataques dos tubarões, presos no imenso lago formado, quando na “maré baixa”. Como em tudo na vida, também é grande a luta pela sobrevivência nos mares!
Após o pouso em Natal, numa rápida inspeção “pós-voo”, notamos a presença de pedaços de aves que ficaram presas no bordo de ataque das asas, lembranças das passagens baixas no inesquecível Atol das Rocas.
Velhos tempos... Coronel Maciel.

2 comentários:

Anônimo disse...

Velha águia... Tem alguma novidade boa para os brasileiros???
Estamos fartos! Mas não podemos entregar nosso sangue; é a única coisa q ainda temos.

Anônimo disse...

Os militares tinham de entender q não podemos sair para sermos alvejados e presos. A única coisa q temos é a vida e a liberdade. São muitas pessoas sofrendo...