terça-feira, 13 de dezembro de 2016

"My Way"



A “Odebrecht” é só mentiras? A verdade -- já me dizia Afrodite, a Deusa do Amor, da Beleza e da Sexualidade -- é tudo aquilo que agrada aos meus ouvidos! Fernão de Noronha é a nossa Deusa “Afrodite”!
Quando passei pra reserva, continuei no meu vício de voar!  Fui fazê-lo num velho, experiente e corajoso “Bandeirante”, ora transportando cartas, jornais, revistas, sedex, nos trechos Natal/Recife/Natal; ora transportando turistas, Natal/ Noronha/Natal. A minha vida era um vidão! Um belo dia, era um sábado, dia da nossa folga, quando fui acionado para transportar sete turistas Italianos que haviam “fretado” o avião. Eu estava em plena praia, devorando lagostas, camarões e louras “geladas”. E lá fui eu novamente voar, o mais empolgante de todos os ideais! 
 Na hora do embarque fui surpreendido por sete lindas garotas, todas também “fretadas”, que acompanhavam os alegres italianos. Perguntei do despachante se estava previsto o embarque das “meninas”. Ele disse que não. Mas como o avião estava mesmo fretado, e as garotas eram “cargas pra lá de preciosas”, autorizei de imediato o embarque.
Houve uma época na minha vida que além de voar eu gostava de tocar violão, e de “imitar” -- hoje quando me lembro sinto a maior vergonha! – o velho Frank Sinatra: “New York, New York”...   “My Way” ...  e outras “nacionais”, tipo   Nelson Cavaquinho, Lupicínio, e outros do mesmo naipe.   
Mas voltando ao assunto; durante a “travessia”, com o avião nivelado, voando calmamente no topo das nuvens, quando, sem mais nem menos, uma das meninas, ousadamente à vontade, com aquele perfume de mulher, veio me perguntar se elas poderiam fazer um desfile pelo corredor do Bandeirante. Ora, o corredor do Bandeirante vocês sabem o tamanhão que ele é! 
Aprovei logo a iniciativa, atendendo, porém, certas exigências para maior segurança do voo: que elas viessem até bem pertinho das manetes, para que eu pudesse avaliar melhor seus dotes e desempenho na passarela!  Elas riram e iniciaram o desfile. Que beleza! Os italianos deliravam. Voavam...
Passamos uma noite e tanto em Noronha; arranjei logo um violão e nos divertimos muito. “Amore, amore”, cantavam os Italianos. -- New York, New York cantávamos nós. Nunca vi tantas latinhas de cerveja na minha doce vida. No auge da brincadeira, uma das meninas gritava:- - Acaba agora não, mundo bom!!!
Na volta, domingo à tardinha, voando num topo bem definido, eu mostrava às meninas o sol se pondo lá na proa, dourando as nuvens, antes que a noite transformasse aquele "ouro azul" em "carvão"...
Que tempo bom, pois hoje em dia nada de voo... só recordações...

Coronel Maciel.





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