domingo, 7 de janeiro de 2018

"Filho da Puta".

Carlos Heitor Cony, escritor, jornalista, membro da Academia Brasileira de Letras, fazia parte da turma de brasileiros que ficaram ricos, famosos e mal-agradecidos aos velhos generais de 64! -- Cony recebeu dos cofres públicos uma indenização de um milhão e meio por ter sido -- segundo ele -- um dos mais “perseguidos” pelos generais e por isso recebia uma pensão vitalícia mensal de vinte e três mil, tudo livre de imposto de renda! Nas suas crônicas, ele nunca esquecia de alfinetar aqueles velhos generais, todos hoje mortos; e são poucos, muito poucos, os “amigos” que têm coragem de defendê-los! Cony gostava de lembrar um caso acontecido durante a “Ditadura”; diz ele: -- Foi exatamente na hora quando o presidente Castelo Branco saltava do carro para inaugurar uma conferência no hotel Glória, no Rio, quando, junto com “sete amigos”, demos a maior vaia no presidente, que ia inaugurar uma conferência da OEA: -- Quando o marechal saltou do carro, começamos a vaia. Não sei o que me deu na hora, pois gritei o mais alto que pude -- Filho da puta! -- Fomos presos! Cony se vangloria de dizer que este foi um dos episódios “mais marcantes” na sua vida: chamar o presidente Castelo Branco de filho da puta!
Não sei se Cony realmente lutava contra a “ditadura”, ou se já “vislumbrava”, lá longe, a cama onde dormiu tranquilamente durante quase toda sua longa vida. Como dizia Millôr Fernandes, ao recusar “indenizações”: não era ideologia, era investimento! Quem seria o grande “filho da puta”, nesta historinha à toa? – Ele, Cony, ou o insigne marechal Humberto de Alencar Castelo Branco?

Coronel Maciel.

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